domingo, 16 de março de 2014

Bons ventos vindos no norte...

O American College of Obstetricians and Gynecologysts (ACOG) decidiu concordar com uma curva de evolução do trabalho de parto proposta em 2002, em substituição ao consenso internacional de 1952. Existe uma força tarefa chamada Safe prevention of the primary cesarina delivery, que deverá publicar bastante material sobre o assunto. O artigo com o novo consenso pode ser lido no site da ACOG  em: http://www.acog.org/Resources_And_Publications/Obstetric_Care_Consensus_Series/Safe_Prevention_of_the_Primary_Cesarean_Delivery#table1
Quando vocês abrirem o artigo verão que a morte materna foi mais de 4 vezes maior, e que a morbidade respiratória dos recém-nascidos foi até 4 vezes maior, na comparação com os processos de parto e nascimento vaginais. A conclusão da ACOG reforça nossa convicção de a cesariana terá seu risco justificado quando realizada nas emergências maternas e fetais.
Segundo a ACOG, com base em Zhang (2002), a fase ativa do trabalho de parto é definida pela dilatação cervical de 6cm, com bolsa rota. Além disso, a famosa distócia de progressão (temida situação em que o trabalho de parto não evolui) é determinada por um período de 4 hora de contrações efetivas, ou 6 horas de contrações ineficazes. É importante notar que durante as tais 6 horas de contrações ineficazes não há indicação de ocitocina!

A tabela 3 (Recommendations for the Safe Prevention of the Primary Cesarenan Delivery) traz, entre outras recomendações, as seguintes:

  • Uma fase latente prolongada (mais 20h em nulíparas e mais de 14h em multíparas) não deve ser indicação de cesariana;
  • Trabalho de parto lento, porém em progressão na primeira fase, não deve ser indicação de cesariana;
  • A duração do período expulsivo se baseia em avaliações de baixo grau de evidência, portanto é sujeito a avaliações individuais, desde que não haja exaustão nem alteração da vitalidade fetal;
  • Não se considera um período expulsivo prolongado antes de 3h para primíparas e 2h para multíparas, considerando puxos espontâneos;
  • O parto vaginal é recomendável para gestações gemelares com o 1º feto em apresentação cefálica, mesmo com o 2º bebê em apresentação pélvica ou transversa.
Boa leitura!

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