sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A banalização da violência obstétrica no cotidiano das maternidades

Segue abaixo o resumo e o link do artigo intitulado Violência institucional, autoridade médica  e poder nas maternidades sob a ótica dos  profissionais de saúde publicado no periódico Cadernos de Saúde Pública, na edição de novembro.
As autoras do artigo são Janaina M. de Aguiar, Ana Flávia P. L. de Oliveira e Lilia B. Schraibe
http://www.scielo.br/pdf/csp/v29n11/15.pdf

Em resumo, o artigo traz uma discussão sobre a violência institucional em maternidade sob a ótica dos profissionais de saúde. Foram entrevistados 18 pessoas que trabalham na rede pública e privada (médicos obstetras, enfermeiras e técnicas em enfermagem), sobre experiência profissional e conceito de violência. Os resultados mostram que os profissionais citam práticas discriminatórias e desrespeitosas às gestantes, parturientes e puérperas (jargões pejorativos como formas de humor, reprimendas e negligência no manejo da dor), mas geralmente não as reconhecem como formas de violência. Estes exemplos de práticas do cotidiano são tratados pelos entrevistados como exercícios de autoridade, num contexto considerado "difícil". Segundo as autoras, este contexto revela a banalização da violência institucional travestida de boa prática. O que parece ser feito para o bem da paciente torna invisível a violência no cotidiano da assistência.

2 comentários:

  1. Meu primeiro parto foi, sem dúvida, uma violência. Basta dizer que meu marido foi desmaiar no corredor, por ver os médicos, o anestesista e os enfermeiros num abre, puxa e empurra em cima de mim. Depois fiquei quinze dias sem conseguir levantar sozinha da cama, com a barriga toda roxa e muita dor. E fiquei sete anos traumatizada, até tomar coragem de ter outro filho (o segundo parto foi completamente diferente, graças a Deus!). Admiro muito seu trabalho, prima, quem dera eu tivesse podido usufruir dele. Beijos! Silvinha.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu também passei por poucas e boas nos nascimentos das minhas 2 filhas. A questão que está comigo agora, 20 anos depois, é: Por que as mulheres se submetem à violência estrutural/institucional se parir é natural, e elas não estão doentes?

      Excluir